Libertação desde Enrique Dussel (e suas críticas)

Resumo

Imersão contemporânea e atualizada no pensamento do filósofo, teólogo e historiador Enrique Dussel. Dada a profundidade de seu pensamento e a extensão de sua bibliografia, este artigo extrai criticamente a ligação entre seu projeto de libertação e sua fundamentação ética, uma proposta que perpassa sua obra, embora esteja especialmente condensada nos anos que atuam como dobradiça entre os séculos XX e XXI. Com esse ponto de partida, é analisada a pluralidade de influências e caminhos que percorrem as filosofias da libertação latino-americana, vistas sobretudo pela classificação do tambiém filósofo da libertação Horacio Cerutti. Tudo isso para colocar o foco nas luzes e sombras dos esquemas de dominação-liberação propostos pelo pensador argentino-mexicano Dussel. Especialmente relevantes são as libertações diretamente ligadas às três dominações transversais que ele extrai do rosto do Outro levinasiano, isto é, a viúva, o pobre e o estrangeiro, a partir das quais estabelece as respectivas libertações eróticas (contra a dominação masculina e patriarcal), pedagógico (contra o modelo educacional baseado na repetição) e político (contra o homem como lobo para o homem).