Estado Forte em combate ao Liberalismo: o projeto antissemita integralista de Gustavo Barroso para o Brasil dos anos 1930
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Palavras-chave

integralismo
liberalismo
marxismo
Gustavo Barroso
racismo
nação
democracia

Como Citar

Filho, C. (2019). Estado Forte em combate ao Liberalismo: o projeto antissemita integralista de Gustavo Barroso para o Brasil dos anos 1930: Strong State in the fight against Liberalism: the integralist anti-Semitic project of Gustavo Barroso for Brazil in the 1930s. Revista nuestrAmérica, 7(14). Recuperado de https://nuestramerica.cl/ojs/index.php/nuestramerica/article/view/260

Resumo

O projeto integralista almejado por Gustavo Barroso baseava-se no modelo de Estado forte. Diferente da postura de Plínio Salgado e Miguel Reale, que não carregavam o racismo contra a figura do judeu, Barroso pensa a formação do novo Brasil com a eliminação do ‘Povo de Israel’. O judeu era o responsável pelas mazelas do Brasil e do mundo, devido seu caráter anárquico, usurpador, ganancioso, capaz de tudo para obtenção do capital. O liberalismo era conforme Barroso criação judaica, que trouxe ao mundo a miséria social e o caos, quebrando a harmonia social dos tempos medievais. Por isso, o liberalismo devia ser combatido, sob todas as frentes, representado pelo judeu, uma raça de bandidos e criminosos. Comparado a seres infecciosos, era preciso eliminar o judeu para a formação do Brasil integral, pois este era o inimigo número um do país. O liberalismo era um dos principais responsáveis pelo caos político e social, tornando uma sociedade cada vez individualista e materialista, carecendo de um Estado totalitário que colocasse disciplina e ordem. O Brasil pensado por Barroso está na contramão da figura do judeu e suas criações, na ótica do autor, por isso suas críticas e seu racismo a uma raça racista, que não se misturava, não tinha amor a sua pátria, tirava amor da luta de classes e ia fazer a revolução na terra dos outros.

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